54. A harmonia invisível supera a visível. (LXXX)
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Estudo Heráclito IV
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Estudo Heráclito IV
Este estudo se desenvolve a partir da criação de tensões e microtensões internas, que aos poucos tornam-se visíveis ao espectador.
A pesquisa corporal inicial se dá a partir do estudo do “esforço” das raízes da vegetação do Cerrado. De sua relação com o solo, das tensões e dificuldades oferecidas pela terra e outros elementos naturais, em busca de água para sua sobrevivência. Estas tensões invisíveis geradas/sofridas pelas raízes no subsolo, fora do plano visível, são a base do Cerrado e determinam sua morfologia.
A metáfora das raízes para a pesquisa da poética do trabalho como um todo, e em particular para a parte do movimento, também sugere um mergulho para dentro de si, para nossas bases de sustentação, de onde retiramos todo o substrato necessário à nossa realização.
Mergulhar para dentro de nós mesmos também pode ser entendido como entrar em contato íntimo com nossa essência. A partir deste contato íntimo, pode-se pensar que, desde o ventre da mãe, o movimento do embrião começa a partir de uma intenção, de um desejo primordial de contato com o mundo. O movimento gerado a partir da sensação de dar um mergulho para dentro de si , aos poucos, aproxima-se do formato do embrião do ventre da mãe, envolto em si mesmo, protegendo suas vísceras e expondo suas costas.
Posicionar-se frontalmente e, ao mesmo tempo, deixar as costas à mostra é resultante de um mergulho para dentro de nós mesmos em busca deste desejo primordial. Este desejo aciona dinâmicas corporais internas, ainda invisíveis aos olhos, mas que afetam e determinam nosso estado de ação.
Neste mergulho em direção à terra, condensam-se sensações em forma de tensões musculares. Este mergulho tenta manter a linha do eixo axial da parte superior do corpo o mais próximo possível da linha axial da parte inferior do corpo. O jogo de tensões resultante desta ação se dá num esforço contínuo e quase infinito - pela sua impossibilidade fisiológica - de união destas linhas. A partir desta referência espacial, há um grande esforço em equilibrar simetricamente as tensões entre os lados direito e esquerdo do corpo. As tensões e o incômodo que surgem desta ação desencadeiam diversas nuances de tensões internas. Ao inverter a cabeça, posicionando-a para baixo, inverte-se todo o jogo de tensões musculares internas que normalmente ocorrem no corpo, pois sua relação com a gravidade passa a ser invertida, gerando jogos de oposições contínuos.
Neste mergulho em direção à terra, condensam-se sensações em forma de tensões musculares. Este mergulho tenta manter a linha do eixo axial da parte superior do corpo o mais próximo possível da linha axial da parte inferior do corpo. O jogo de tensões resultante desta ação se dá num esforço contínuo e quase infinito - pela sua impossibilidade fisiológica - de união destas linhas. A partir desta referência espacial, há um grande esforço em equilibrar simetricamente as tensões entre os lados direito e esquerdo do corpo. As tensões e o incômodo que surgem desta ação desencadeiam diversas nuances de tensões internas. Ao inverter a cabeça, posicionando-a para baixo, inverte-se todo o jogo de tensões musculares internas que normalmente ocorrem no corpo, pois sua relação com a gravidade passa a ser invertida, gerando jogos de oposições contínuos.
Se tomarmos as costas como a parte do corpo menos visível nas relações sociais, estar “de costas” simularia também as relações de tensão ocultas e não visíveis destas relações.
Como raízes no subsolo, o movimentando tem início por debaixo da pele, invisível, e modifica a morfologia do corpo decorrer do tempo, fazendo-se visível.
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